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DESTINOS DESLOCADOS por Carol Maluf

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 Capítulo - 4 -

Aos 24 anos, de volta ao lar paterno, Mireille aproveitava o esplendor da idade e colecionava namorados. Dava preferência a estrangeiros, especialmente europeus. Não tardou para que encontrasse um par que se tornaria constante, um nobre italiano, galanteador como todos os italianos. E, mesmo sem oficializar a relação, foi morar com ele em Milão. Mireille passou então a ter uma vida de conto de fadas: freqüentava castelos, passava as férias entre a Toscana e Capri e freqüentemente voltava ao Líbano para visitar o pai.

Não tardou, contudo, para que mais uma vez sentisse a mosquinha da monotonia a perturbá-la. Era um relacionamento que muitos classificariam como perfeito, mas ela outra vez não estava feliz. Assim, fez com o italiano o que já havia feito com o norte-americano: abandonou-o de uma hora para a outra e voltou a morar em Beirute com o pai, seu porto seguro.

Seria a saudade de Beirute o grande empecilho para que Mireille se sentisse realizada em sua vida afetiva? Talvez. Para tirar a prova, ela decidiu que era hora de superar a resistência aos conterrâneos, demonstrar um pouco de humildade e considerar a hipótese de encontrar a cara-metade entre os próprios libaneses.

Ela se envolveu com um típico rapaz de Beirute, com vida normal, trabalho fixo, que não viajava muito e que, surpreendentemente, não era milionário. Como se pode imaginar, foi o rompimento mais fulminante de todos.

Ao menos o affair com o libanês serviu para comprovar que o problema dos seus relacionamentos não era ficar longe de Beirute, conclusão que subitamente reabriu todas as fronteiras do mundo para ela. Mireille voltou a acreditar que poderia ser feliz longe de seu país e decidiu passar uma temporada na França. Bancada pelo pai, como sempre, já que em seu dicionário particular não constava o verbo “trabalhar” – só “badalar”, “curtir”, “comprar” e outros na mesma linha.

A história se repetiu. Mireille se envolveu com um francês, passou dois anos ao lado dele, até decidir abandoná-lo e voltar para o Líbano. Em Beirute, teve mais um relacionamento tumultuado e rápido com outro libanês. Até que encontrou Statis, a quem identificou imediatamente como seu par perfeito. Diplomata a serviço da Grécia, ele viajava muito e passou a levá-la para todos os cantos do mundo. Os dois se divertiam o tempo todo. Mesmo sabendo que Statis era um homem cobiçado pelas mulheres, com um passado de Don Juan, Mireille sentia-se suficientemente segura ao lado dele, tantas eram as afinidades.

Mas aí veio o rompimento infantil com o noivo e o período de reclusão no Hotel Kadri, onde Ibrahim surgiu como um novo personagem na vida de Mireille.

E Ibrahim era completamente diferente dela em muitos aspectos. Melhor dizendo: não havia nada em comum entre eles. A começar pela constituição física. Mireille tinha aparência delicada. Era uma típica representante do Leste europeu, com boca carnuda e a pele muito branca, contrastando com cabelos e olhos bem pretos, sardas e sobrancelhas grossas, traço típico dos armênios. Fazia o tipo mignon – jamais ultrapassara 50 quilos de peso. Já Ibrahim era corpulento, robusto e ostentava a cor oliva tipicamente árabe, com cabelos e olhos castanhos escuros, além do indispensável bigode. Costumava dizer que descendia da Etiópia. “Há sangue da rainha de Sabá na família”, repetia.

Outro abismo entre os dois era a postura religiosa divergente. Como cristão, membro da igreja que respondia ao papado romano, Ibrahim acreditava pertencer ao grupo escolhido para habitar o Líbano junto aos maronitas, também cristãos, mas de outra ordem, surgida sob inspiração do monge libanês Maroon, que optou por uma vida sem conforto material, peregrinando pelos desertos do Líbano e alimentando-se de mel silvestre.

Os maronitas seguem os preceitos da Igreja Católica Romana e as ordens do Papa, mas cultivam peculiaridades em seu ritual baseadas na trajetória de Maroon. Nascido no ano de 353, o peregrino teria recebido de Deus a missão de percorrer o Oriente para salvar a fé católica da influência de outras crenças, que se espalhavam com o apoio do imperador de Constantinopla. Por isso dedicou-se a fundar mosteiros por onde passasse.

Mais de 1.500 anos depois, seus discípulos acreditavam ter a mesma missão: manter o Líbano livre da influência de outros povos. Por isso combatiam, mesmo que de forma pacífica, o pleito por maior espaço político dos muçulmanos, ortodoxos, judeus e budistas, que chegavam ao país em número cada vez maior e criavam raízes. Enfraquecidos, muitos maronitas deixaram o Líbano para estabelecer colônias em outros países, como a Inglaterra, o Canadá, a Austrália e o Brasil.

Mireille era filha de um armênio, representante de um dos povos “invasores” que ameaçavam tirar o Líbano dos maronitas. Ela não tinha o menor rigor em relação a crenças religiosas. Era gregoriana por formação, mas havia estudado em colégios católicos. Como o primeiro marido era protestante, filho de um inglês batista com uma alemã, aderiu sem muita contestação à crença dele, devidamente abandonada assim que o casamento naufragou.

Já Ibrahim era o oposto perfeito: tinha opinião fechada sobre qualquer assunto relacionado a temas como política, moral e ética. Defendia seus pontos de vista com a convicção de quem despreza a hipótese de não ter razão. “Não sei” eram palavras que pareciam nunca ter sido pronunciadas por ele, sempre muito seguro e convincente em suas argumentações. Essa postura freqüentemente irritava Mireille, sempre aberta a ouvir e tentar compreender o outro lado.

Havia muitos motivos para que cada um seguisse seu rumo depois daqueles encontros no Hotel Kadri. Mas era tarde. Uma faísca havia sido acesa entre os dois. Uma faísca que logo se transformaria em um incêndio incontrolável.

Não era difícil entender o interesse de Ibrahim por Mireille, porque ela era de fato uma mulher fascinante – e que representava, para ele, a chance de escapar de um futuro limitado e previsível. Talvez fosse a última oportunidade de tornar-se protagonista da própria história. Já o interesse de Mireille por Ibrahim podia ser explicado pela necessidade de encontrar um porto seguro depois de tantas turbulências. E também pela excitação diante da possibilidade de enfrentar a poderosa Adibe Malouf, claro.

Mireille percebeu que havia chegado a um momento da vida em que muito havia sido experimentado e pouco realmente desfrutado. As ilusões já não eram as de antes, talvez nem existissem mais. O encontro com Ibrahim significava, para ela, a chance de um recomeço.

Os dois teriam que enfrentar muitos desafios para ficar juntos. Tudo pareceu simples, contudo, diante da súbita vontade que Ibrahim e Mireille sentiram de eternizar seus primeiros momentos de loucura e atração irracional. Eles enfrentariam o mundo e assumiriam o romance assim que chegassem a Beirute. Ibrahim estava decidido a ignorar a reação da noiva, da mãe, da irmã, da sociedade, de quem quer que fosse, para viver uma paixão proibida.

Poucos dias depois, em meio ao entusiasmo de uma noitada, Ibrahim perguntou se Mireille teria a coragem de, um dia, se casar com ele. Não era uma proposta: tratava-se apenas de uma sondagem inconseqüente, quase em tom de brincadeira. Ela respondeu da mesma forma tortuosa: “por que não?” Também não era um “sim” oficial; era apenas uma especulação. Os dois riram muito com a situação e dançaram felizes pelo resto da noite, sem saber direito se estavam noivos.

Até que Ibrahim decidiu encarar a fera e contou à mãe que tinha a intenção de casar com Mireille. A reação foi a pior possível. Adibe ficou consternada, encheu os ouvidos do filho com uma série de barbaridades e passou a engendrar todo tipo de estratégia para evitar a “tragédia”.

Começou fazendo uma peregrinação por todas as igrejas de Beirute, deixando claro aos padres e bispos que interpretaria a realização do casamento como uma ofensa pessoal a ela. Argumentava que “aquela mulher” já havia se casado na igreja com outro homem e, além disso, tivera várias outras relações conjugais.

A pressão deu resultado – Adibe era influente na sociedade local – e Ibrahim não conseguiu encontrar uma igreja para realizar o casamento em Beirute. Não há obstáculos para corações apaixonados, contudo. Mireille propôs que o casamento se realizasse no Chipre, uma romântica ilha próxima à Grécia, onde, diziam, casar era tão simples quanto comprar frutas na feira. Ibrahim adorou a idéia.

Os dois convidaram Roger, o irmão de Mireille, a acompanhá-los na viagem. Na realidade, a viagem seria feita no carro de Roger, que, além de motorista, serviria também como eventual testemunha do casamento, caso chegassem de fato a esse ponto. Tudo foi planejado para ser uma grande diversão. Eles viajariam sem data para voltar. Iriam à praia, aproveitariam ao máximo o passeio e, se tivessem oportunidade, se casariam. Caso contrário, os dois simplesmente passariam a morar juntos na volta ao Líbano.

Mireille fez uma rápida peregrinação pelas lojas de Beirute à procura de um vestido de noiva. A tarefa ficou um pouco mais complicada porque ela estava decidida a casar-se com um modelo em sintonia com a descontração que imaginava encontrar no verão do Chipre – de preferência, com a barriga de fora. Sem muitas alternativas, teve que recorrer a um terninho azul-marinho, combinado com uma calça estilo Capri, com cintura baixa. E comprou um chapéu de praia para completar o traje.

As visitas às lojas mais conhecidas de Beirute serviram também para que Mireille espalhasse a notícia de que iria se casar no Chipre com Ibrahim. Ter roubado o noivo de uma mulher bela como a que conhecera no cabeleireiro era motivo de orgulho íntimo para Mireille. Antes da viagem, ela contou ao pai que faria mais aquela loucura. Ele, como sempre, evitou fazer julgamentos. Pediu apenas que a filha tomasse cuidado. Depois de um emocionado abraço, Mireille prometeu que mandaria notícias.

Assim que a balsa atracou na ilha de Chipre, os três fizeram questão de esquecer temporariamente que a viagem tinha o objetivo principal de providenciar o casamento. A primeira preocupação foi encontrar um bom hotel. A segunda, saber das diversões disponíveis na ilha.

Quando Adibe ficou sabendo da viagem, declarou que Ibrahim jamais voltaria a pôr os pés na casa da família, e que a partir daquele momento o desconsiderava como filho. Ibrahim não deu a menor importância à reação da mãe e continuou se divertindo.

A primeira semana passou voando. Até que, finalmente, Ibrahim e Mireille decidiram entrar em um cartório atrás de informações sobre como se casar. E descobriram que era ainda mais fácil do que imaginavam. Bastava apresentar duas testemunhas para a cerimônia. Uma já estava ali, Roger. 

Ibrahim, que chegara ao cartório ligeiramente bêbado, saiu de lá correndo, dando risadas, para convidar a primeira pessoa que encontrasse na rua para apadrinhar o casamento. O mais surpreendente é que o desconhecido não só aceitou o convite e acompanhou Ibrahim ao cartório como mais tarde levaria a esposa para visitá-los no hotel, ocasião em que os recém-casados foram presenteados com uma linda toalha de mesa.

Era o inesquecível dia 4 de agosto de 1962. Logo depois da cerimônia, Ibrahim e Mireille contrataram um fotógrafo, subiram uma montanha e tiraram dezenas, talvez centenas de fotografias. Os dois eram só felicidade.

Àquela altura, não apenas a mãe estava rompida com Ibrahim, mas também a irmã. Nouhade seguia com rigor todos os preceitos de Adibe e sentiu-se traída pelo irmão, que ignorava seus conselhos – bastante sensatos, a propósito, mas que para Ibrahim soavam apenas como eco da voz de Adibe. Envergonhada com a notícia do casamento do irmão com Mireille, Nouhade tornara-se ainda mais reclusa. Deixou muitas vezes de ir a festas e freqüentar a sociedade para não ter que explicar como o irmão se deixara fisgar por uma “aventureira” como aquela.

Ibrahim tinha um trunfo na mão, no entanto: a tradição libanesa dizia que ele, como filho homem, deveria ser o administrador do patrimônio deixado pelo pai. A mãe havia assumido essa tarefa nos primeiros tempos, porque ele tinha apenas 16 anos quando o pai morreu. Agora, no entanto, era um homem feito e estava pronto para assumir as rédeas dos negócios.

 

***

 

Adibe se empenhava em encaminhar a filha para um bom casamento e ficou encantada ao conhecer um jovem advogado, de carreira promissora, que estava se candidatando a promotor da República no Líbano. Seria preciso, no entanto, contar com o apoio do filho – afinal, ele era o homem da família. Adibe propôs então a Ibrahim um caminho para apaziguar os ânimos: se ele ajudasse no casamento da irmã com um bom dote, poderia administrar como quisesse e de forma independente a fazenda da família.

Ibrahim disse que só aceitaria se a mãe e a irmã se comprometessem a deixá-lo em paz, tanto na administração da fazenda – que, afinal de contas, passaria a pertencer a ele – quanto em relação a Mireille. Sem alternativas, elas concordaram. O casamento de Nouhade foi realizado com grande festa.

Quem apoiou Ibrahim e Mireille desde o começo, de forma incondicional, foi o pai dela. Zareh aprendera desde cedo a viver dia após dia, a não fazer planos de longo prazo e a não julgar os outros. Em 1890, o pai dele, Nicolau, viu os pais serem mortos pelos turcos otomanos que ocuparam a Armênia do século XVII até a Primeira Guerra Mundial, encerrada em 1918. De todos os povos que invadiram a Armênia ao longo dos séculos – incluem-se aí os gregos, romanos, persas, bizantinos, mongóis, árabes e russos –, os turcos otomanos foram os que agiram com mais brutalidade. Milhões de armênios foram mortos, e os que sobreviveram ficaram sem pátria, já que apenas em 1991 a Armênia voltaria a ser independente, como a menor república da ex-União Soviética.

            Uma das civilizações mais antigas do mundo, a Armênia foi o primeiro país a adotar oficialmente o Cristianismo como religião, por volta do ano 300. Diz a tradição bíblica que foi no monte Ararat que Noé encontrou abrigo com sua arca durante o dilúvio. As várias invasões sofridas ao longo da história fizeram dos armênios um povo sempre disposto a preservar sua cultura e tradição.            A perseguição sistemática dos armênios pelos turcos se transformou em um grande massacre durante a Primeira Guerra Mundial, quando os turcos confinaram a população armênia em desertos da Síria e da Mesopotâmia. Estima-se que, apenas em 1915, algo entre 600.000 e 1,5 milhão de armênios tenham sido mortos ou sucumbido diante da fome ou da sede, um dos maiores crimes contra a humanidade da história.             Aos 10 anos, Zareh presenciou o esquartejamento da avó paterna e dos seus tios. Escapou do massacre a pé, ao lado dos pais e do que restou da família, chegando ao Líbano um ano depois.

Sem dinheiro nem bens, a família Baghdassarian se pôs a trabalhar. Havia a decisão, no entanto, de que pelo menos um deles não parasse de estudar. As apostas recaíram sobre Zareh, tido como gênio na matemática pelos seus mestres na Turquia – e que, além do mais, tocava violino como um grande artista.

O orgulho de ser armênio foi passado de Nicolau para Zareh e de Zareh para Mireille, que não admitia manifestações preconceituosas contra o seu povo. Sabendo disso, Ibrahim fazia questão de, em meio às discussões, chamá-la de “armênia” em tom de desprezo.

A mãe de Mireille, Marie, vinha de uma família abastada. O pai de Marie, Chucre, não queria saber de um genro pobretão e refugiado como Zareh, e fez de tudo para repelir a aproximação deles. Literalmente. Chegou a jogar baldes com água fria cada vez que o futuro genro chegava perto da janela de Marie. Mas os dois estavam irremediavelmente apaixonados desde o dia em que ele foi à escola dela para tocar violino na Missa do Galo, em plena noite de Natal, e encantou-se com a menina que fazia os solos do coral.

Depois do casamento, Zareh teve que se virar para manter a esposa e os dois filhos, já que do sogro não veio um tostão. E foi muito bem na tarefa. Tanto que ficaria conhecido como “o engenheiro armênio”, aquele que, se não fosse estrangeiro, poderia ter sido o melhor ministro de planejamento do Líbano, cargo para o qual chegou a ser cogitado.

          Quando era estudante de engenharia em Beirute, Zareh ganhou uma bolsa para concluir os estudos na Escola Politécnica de Paris. Como teria tudo pago – menos a passagem –, ele deu um jeito de trabalhar no navio como violinista, com a missão de entreter os demais passageiros. Assim, conseguiu viajar de graça. Concluiu aos 22 anos as faculdades de engenharia e arquitetura, com desempenho tão bom que teve seu nome impresso em bronze na porta da Politécnica, como um dos alunos que mais se destacaram na história da instituição. Voltou ao Líbano coberto de glórias.

Não tardou para que começassem os anos dourados de Zareh. Ele construiu palacetes na Arábia Saudita, hotéis em Beirute e vários outros prédios que sobreviveram à guerra civil libanesa e são até hoje apreciados como exemplos de vanguarda na arquitetura do país. Sua obra mais famosa foi o aeroporto de Beirute, com pistas que pareciam longas demais para os aviões da época, mas que se mostraram adequadas aos Boeings que surgiriam alguns anos depois.

          Além do trabalho e da música, Zareh, com seus 120 quilos, cultivava como outro grande prazer a culinária. Nos restaurantes, um grande dilema era selecionar um único prato do cardápio. Com o tempo, ele resolveu driblar essa dificuldade pedindo mais de um prato. Os garçons dos restaurantes preferidos estavam entre seus melhores amigos, sempre sorridentes, com notícias frescas e dispostos a lhe trazer o que ele tanto gostava: comida e arguile, o fumo típico da região. Os garçons demonstravam interesse verdadeiro pelo cotidiano de Zareh, muito diferente de alguns hipócritas sociais com os quais ele estava acostumado a lidar por força da posição que ocupava.

          Zareh apreciava a vida com intensidade. Comeu, bebeu, trabalhou, gastou, amou, viajou o quanto pôde. Ultrapassou os limites permitidos à época. Divorciou-se cedo e tinha amantes à luz do dia, casadas ou não. Nos dias seguintes aos encontros usava uma rosa vermelha na lapela, como se desejasse demonstrar ao mundo que havia vivido uma noite de amor. Trocou um lar tradicional pela vida errante nos mais luxuosos hotéis. Gostava da máxima “caixão não tem gavetas”, transformada em seu lema de vida. Gastou até o último dos tostões que ganhou. Acreditava que, já que tinha conseguido sair da miséria total para o luxo graças à própria capacidade, todos os seus descendentes poderiam fazer o mesmo.

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