Sempre aparece alguém que diz que detesta seguir “modinha”. Nesta palavra, obviamente, na mente do locutor, estão implícitos os conceitos de “maioria ignorante”, “turma dos sem personalidade”, “maria vai com as outras”, e por aí vai. Vamos então parar para pensar na lógica desta colocação.
Todo aquele que se diz contra modismos e se posiciona do lado oposto da maioria “desinformada”, gosta de ser visto como anarquista, diferente, especial, criativo, opinativo, interessado, vanguardista, alternativo (gente, alternativo hoje é que nem McDonald’s, em cada esquina tem um) e, por que não, iluminado; do tipo, sou melhor porque penso diferente. Se isso for de fato verdade, então fica complicado de entender. Por quê? Porque estas são as características de todo aquele que cria tendências ou deseja, na verdade, ser um ditador de tendências e modismos efêmeros. Quer fazer “à sua moda”.
Vamos lá; o verdadeiro oposto de moda é, por definição, algo que é atemporal. Isto é, existiu no passado, existe no presente e existirá no futuro. Como chama isso? Tradição. Podem gostar ou não deste fato, podem achar certa ou errada a colocação a seguir, mas o oposto da palavra moda é tradição e não diferente! Parece que em algum ponto da história isso foi desviado do conceito original. Pois é, muitos gostam de chamar tradição de caretice, algo de direita, uma chatice, algo que é ditatorial e por aí vai…. Nada mais equivocado. É no tradicional onde se encontram os maiores desafiadores de modismos. Não existe nada mais antigo do que a discussão sobre o que é certo ou errado. Se alguém se opuser a este tipo de discussão, devo então presumir que é alguém que se opõe a modismos? Ou será que é alguém que está totalmente na moda? Não. Nenhuma das duas coisas. Talvez seja alguém que goste de seguir certas tradições que nunca saem de moda e estão sempre na vanguarda, além de serem bem caretas.
Por exemplo? A ética. Vamos parar de chamar tradição de caretice. De atitude de gente opressora. Existem outras palavras para definir estes comportamentos. Careta é aquele que não aceita que as coisas vão mudando e viram moda. Nunca conheci gente mais careta do que os anarquistas! Afe, esses não mudam o discurso e o comportamento desde os tempos do homem da era das pedras! Uns chatos. E não adianta quererem me convencer que “Black Bloc” não é o melhor nome para a próxima bolsinha da Chanel!
Os filósofos gregos já discutiam valores atemporais essenciais para uma civilização saudável, como ética, justiça e virtude. Esses princípios transcendem modismos e permanecem relevantes ao longo do tempo. Por exemplo, Platão enfatizava que a verdadeira riqueza está na virtude, na prática do bem, e na aderência a princípios éticos e morais.
Assim, ao invés de seguir modismos passageiros, é mais enriquecedor abraçar tradições que promovem valores universais e atemporais, como a ética, que fundamenta uma convivência harmoniosa e uma sociedade justa.
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