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Não Vamos Falar Sobre Oriente Médio

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Se tem um assunto do qual não gosto de falar é sobre o Oriente Médio. Assim como não gosto de falar, não gosto de ouvir ou ler sobre o assunto. Talvez por eu ter nascido na região as pessoas se sentem compelidas a me fazer perguntas sobre o tema. Para mim não existe ninguem que tenha autoridade para falar do assunto, e repito, ninguem. Pode ser estudioso de Harvard, pode ser algum lider mundial, pode ser alguem que passou a vida debruçado sobre livros que tratam do assunto, não importa, ninguem sabe nada sobre o assunto, e acho atrevida a pessoa que discursa sobre o tema, inclusive, e ironicamente os que como eu, de lá são.

Eu sei que é dificil não se envolver, não se deixar levar pelo tema que é na verdade tão romântico  quanto na essência dessa palavra. Deveriamos tratar o Oriente Médio como tratamos o planeta Marte; um grande enigma e só. Posso conceder que a região tem uma culinária própria devido a natureza da região, que tem uma musica ou dança ou arquitetura própria devido à inspiração que a mesma natureza inspira, mas acho que é isso, só isso. Vejam, não existe nem mesmo um povo único para a região com características próprias. Nem aquele que erroneamente chamamos de árabe.

Quem saberia descrever um àrabe? Vejam, ele pode ser moreno, loiro, negro, cristão, judeu, muçulmano, budista, maronita , espirita, evangélico ou até ateu. Nem todo aquele que é chamado de arabe fala a mesma lingua; cada pais da região tem um idioma. Um árabe de fato é alguem que desconheço. No máximo posso dizer que arabe é aquele membro, daquela especie que apareceu na terra a milhares de anos atrás, e é somente um indivíduo que carrega alguns traços de DNA semelhante a outro.

Existem países ditos arabes no continente Africano, e se de fato a ciência comprovou que o primeiro homem de lá surgiu, então isso só reforça a seguinte teoria ; até aí qualquer um de nós, inclusive saxoēs e eskimós pode ser arabe. A história já provou que todos que tentaram definir algo para a região, todos que tentaram interferir, até com a melhor das intenções cometeram erros gravíssimos que se refletem até hoje, desde o princípio dos tempos. Devemos simplesmente aceitar que nada sabemos, e que a região existe, da maneira que existe, por algum motivo que não devemos e não podemos conhecer.

O mundo deve caminhar em paralelo ao Oriente Médio, encontrar sustentabilidade econômica e política sem incluir a problemática do Oriente Médio nesse processo. Continuar a conjecturar só levará a humanidade a aprofundar o abismo do desconhecido e perpetuar conflitos gerados pela falta de respostas. Quanto mais nos voltarmos aos assuntos do Oriente Médio mais atrapalharemos o caminhar natural da história, quanto mais desejarmos sanar algo que não está ao nosso alcance mais bagunçaremos o novilo.

Rotular a região ou quem lá vive é inapropriado, simplista e desrespeitoso, pois estaremos rotulando o próprio homem! Que capacidade temos para isso? E aí vem aquela pergunta que me mata; "mas e as guerras, e o terrorismo?" Não sei. É assim. É como alguem me perguntar porque alunos massacram colegas na escola; honestamente não sei. A única coisa que sei é que eu não sou terrorista, mas tenho orgulho de ser do Oriente Médio. E quem sabe um dia eu conte o tamanho dessa paixão doentia....

Entenderam? Paixão doentia...é melhor deixar quieto mesmo.

 

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